
Hepatite B: o que você precisa saber
Publicado: 08/10/2017
Publicado: 08/10/2017
Hepatite B é um problema de saúde no mundo, principalmente em países em desenvolvimento.
Mesmo tendo uma vacina bastante eficaz, estima-se que 1/3 da população mundial já foi infectado pelo vírus da hepatite B.
Fonte: CDC
A hepatite B é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível – IST, mas não é apenas pela relação sexual que ela se transmite.
O Diagnóstico da hepatite B pode ser feito apenas por exames específicos.
Exames de rotina como hemograma se alteram apenas em fase aguda (transitoriamente) ou quando existem as complicações
O mesmo raciocínio serve para os sintomas. Não podemos esperar pelos sintomas para podermos solicitar exames específicos.
Existem vários testes no sangue para diagnóstico da hepatite B e cada um deles nos dá uma informação diferente.
O vírus da hepatite B tem uma grande atração pelas células do fígado.
O sistema imune tenta combater a infecção.
Há elevada multiplicação do vírus no sangue mas não há evidencia de lesão ao fígado (enzimas hepáticas são pouco alteradas ou normais)
A progressão para fibrose é lenta.
Essa fase pode durar muitos anos, especialmente em pessoas com transmissão vertical (foram infectadas durante a gestação)
Como há maior quantidade de vírus no sangue, estas pessoas transmitem o vírus mais facilmente, mesmo sem ter sintomas e doença.
O sistema imune não consegue mais combater o vírus
O nível de vírus no sangue começa a abaixar, as enzimas hepáticas são flutuantes
A evolução para a fibrose é acelerada
Essa fase pode durar de várias semanas a vários anos
Aqui, o sistema imune conseguiu reprimir a replicação viral.
Os níveis de vírus no sangue são muito baixos ou mesmo indetectáveis, enzimas hepáticas normais.
Os níveis de vírus no sangue voltam a aumentar. As enzimas hepáticas podem voltar a subir
Lesão hepática e evolução para a Fibrose persistem nessa fase.
Indivíduos com HBsAg negativos geralmente não possuem replicação viral ou ela está muito baixa.
Em pessoas com imunidade baixa, o HBsAg positivo, mesmo com anti-HBs positivo pode significar replicação viral e um acompanhamento deve ser feito de perto.
Apenas 25% das pessoas infectadas apresentam algum sintoma de fase aguda.
Mesmo nas que apresentam sintomas, estes podem ser muito inespecíficos e se resolvem mesmo sem tratamento específico.
Os sintomas de fase aguda desaparecem, mesmo que o vírus ainda permaneça no organismo.
Sintomas típicos:
Estes sinais e sintomas não são específicos da hepatite C. Na verdade, podem estar presentes em qualquer processo de lesão aguda intensa ao fígado.
Sintomas inespecíficos de hepatite aguda:
Não ter sintomas não exclui o diagnóstico de hepatite aguda, mas na presença deles, o diagnóstico deve ser descartado.
São pessoas que permanecem com o vírus da hepatite B circulando no sangue após 6 meses do contato.
Quanto menos desenvolvido o sistema imune, menor as chances de cura espontânea do vírus da hepatite B.
Entre os recém nascidos infectados, como aqueles que pegaram hepatite B de suas mães, 90% evoluem para a cronicidade.
Entre as crianças que se infectam entre 1 e 5 anos, de 30 a 50% evoluem para a cronicidade
Apenas 4% das pessoas imunocompetentes que se infectam na vida adulta evoluem para a hepatite B crônica.
Adultos com deficiência da imunidade ou coinfectados com outros infecções como Hepatite C ou HIV possuem maior risco de evolução para a cronicidade.
De 15 a 30% das pessoas com hepatite B crônica desenvolverão complicações associadas à doença que podem ser:
Testes que avaliam:
Ajudam a identificar varizes esofagianas – sinais de hipertensão do sistema portal
Especialmente em pacientes em tratamento com Tenofovir.
Ajudam a identificar:
Este exame determina o grau de inflamação e fibrose do fígado (cicatrização do fígado), além de descartar outros problemas associados, como câncer.
Ele é feito coletando-se um pedaço do fígado através de uma agulha guiada por ultrassonografia ou outro exame de imagem.
A elastografia hepática possui níveis de sensibilidade e especificidade significativas, com a vantagem de ser indolor e não invasiva
Além disso, é uma boa opção para pessoas que não podem realizar a biopsia, como aquelas com plaquetas baixas.
O maior problema desse exame é ser examinador dependente.
O tratamanento da hepatite B é muito diferente daquele feito na Hepatite C
A resposta ao tratamento é ótima, cerca de 95% das pessoas já alcançam a supressão viral com o primeiro esquema.
Cerca de 20% das pessoas com hepatite C crônica chegam à fase de cirrose hepática em 20 a 30 anos de infecção.
O fígado possui uma grande capacidade de regeneração quando machucado.
A cirrose ocorre quando a agressão aos hepatócitos (células do fígado) é muito intensa ou por um longo período ao ponto de superar sua capacidade de regeneração.
A degeneração dos hepatócitos altera a arquitetura do fígado, prejudicando a irrigação sanguínea e a síntese de proteína, levando a uma cicatrização do órgão.
Essas cicatrizes são compostas por fibras, a chamada fibrose hepática.
A pessoa pode permanecer sem sintomas por muitos anos até começar a apresentar sintomas das complicações da hepatite.
Por outro lado, uma pessoa pode ter cirrose hepática sem apresentar nenhum sinal ou sintoma (cirrose hepática compensada)
Pessoas com cirrose descompensada, como aqueles que já apresentaram sangramento digestivo, devem ter cuidados especiais com a dieta:
A cirrose hepática em si, não tem tratamento específico. Existe apenas controle dos sintomas.
O tratamento do vírus da hepatite B no paciente com cirrose evita piora do quadro mas não diminui os sintomas.
O tratamento do vírus, quando ele ainda está circulando no sangue, melhora as condições do fígado e os sintomas podem melhorar.
Contudo, um fígado já em cirrose não volta ao normal naturalmente apenas com a cura da hepatite.
Ou seja, o paciente melhora dos sintomas, mas não deixa de ter a indicação do transplante.
O tratamento da hepatite B no paciente que já está na fila do transplante pode assim acabar causando transtornos ao paciente, pois não resolve o seu problema, mas atrasa o transplante, uma vez que as condições podem melhorar.
É por isso que a indicação atual do tratamento da hepatite B em pacientes em fila para trasplante, é aguardar o transplante do fígado, para depois tratar a hepatite.
Pessoas com lesões no fígado devido a hepatite B, possuem o risco de desenvolver câncer do fígado diminuído após a eliminação do vírus, mas ainda assim, permanecem com um risco maior dessa complicação que pessoas que nunca tiveram o vírus.
Sendo assim, o acompanhamento médico com o infectologista e/ou hepatologista deve ser realizado periodicamente mesmo após a eliminação do vírus.
Fonte:
bom dia, tudo bem?Gostaria de tirar uma dúvida com a Sra, realizei uma doação de sangue, e recebi um comunicado que havia tido um problema na amostra. Realizei nova coleta e novo exame, dai me comunicaram que havia um resquício de hepatite B, realizei um novo exame, o qual segue os resultados:
Anticorpos Anti HBc Total : Inconclusivo – valor de referência : não reagente, Anticorpos Anti – HBE : Não reagente – valor de referência : não reagente
HBS, An
Bom dia. O anti-HBc é um anticorpo específico contra o vírus da Hepatite B, e sua presença indica apenas que a pessoa teve contato com o vírus, podendo ser uma infecção passada ou atual. Você precisa procurar um médico infectologista de sua confiança para te examinar pessoalmente e solicitar os exames necessários para uma correta análise do seu caso.
Boa noite , tenho hepatite 6 anos faço acompanhamento e tudo , porém a medica não me passa nenhum remédio e nem um tratamento ,ela falou que minha hepatite é crônica , gostaria de saber se é realmente crônica pois aqui nas postagens li que se o vírus for mais de 6 meses já é crônica hbsag positivo , anti Hbc total positivo , e anti Hbc IgM negativo , não entendo o porque eu não tomo nenhum remédio pois eu preciso tomar já que é crônica .
Infecção com mais de 6 meses é crônica, mas existem vários critérios para avaliar a indicação do tratamento na hepatite B. se o vírus não estiver ativo, pode-se optar por não realizar o tratamento.
Olá Dra. Tive uma exposição de risco e realizei o exame de hepatite B HBs Ag 6 meses depois da exposição. O exame deu negativo. Posso encerrar o caso ou devo fazer outros tipos de exame, como o de anti corpos e outros pra ter a certeza?
Provavelmente não teve infecção mas para descartar o contato, o exame a ser realizado é o anti HBc .