
Infecções sexuais em idosos
Publicado: 19/07/2017
Publicado: 19/07/2017
As pessoas têm vivido mais, com maior qualidade de vida e uma vida sexual também mais longa.
Com isso, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) têm deixado de ser um problema apenas entre os jovens para se tornar cada vez mais frequente entre os idosos.
A relutância dos profissionais de saúde em ver um idoso como sexualmente ativo é um fator importante de piora do prognóstico dessas infecções.
A Organização mundial de saúde tem reportado taxas de HIV em pessoas maiores de 49 anos.
A maioria das agências de saúde não estratificam dados de ISTs além dos acima de 45 anos.
Com isso, perdemos importantes variações de taxas de incidência nas últimas 3 ou 4 décadas de vida.
A maioria dos programas de saúde e prevenção de ISTs são voltados para pessoas jovens.
Foram estratificados separadamente homens maiores de 45 anos e mulheres maiores de 45 anos.
Infecção por clamídia foi 170 vezes maior em mulheres entre 20-24 anos que entre as maiores de 45.
Gonorreia teve uma taxa de incidência 24 vezes maior entre mulheres de 20-24 anos que entre as maiores de 45.
Contudo, mulheres maiores de 45 anos tiveram um aumento de incidência de 5.000 casos de gonorreia e clamídia em 2010.
Mulheres jovens foram diagnosticadas 20 vezes mais que as maiores de 45 anos.
Homens jovens tiveram uma incidência de sífilis 3 vezes maior que homens maiores de 45 anos.
Homens entre 20-24 anos tiveram uma incidência 17 vezes maior.
Entre 2002-2010 houve um aumento dos casos nos 2 gêneros entre 45-64 anos e 65 anos ou mais.
De modo geral, o diagnóstico de ISTs entre homens e mulheres acima de 45 anos no Reino Unido, mais que dobrou entre os anos 1996 e 2003. Com um aumento maior entre o subgrupo de 55-59 anos.
Temos que levar em conta também que este grupo corresponde apenas a 4% dos atendimentos nas agências de saúde para ISTs.
O número de mulheres com mais de 45 anos atendidas em clinicas de ISTs mais que quadruplicou entre 1998-2008.
Trichomonas vaginalis talvez seja uma das mais comuns entre as ISTs curáveis.
Até pouco tempo era pouco diagnosticada por ser muitas vezes assintomática e pela falta de métodos diagnósticos específicos.
Em 2005, haviam 2,8 milhões de adultos acima de 50 anos vivendo com HIV.
Isso ocorre porque tanto os idosos estão se infectando quanto os jovens que se infectaram há vários anos estão envelhecendo.
Em 2010, 14% das pessoas diagnosticadas com HIV nos Estados Unidos tinham mais de 50 anos.
Um dado preocupante é que muitos dos diagnósticos de HIV feitos em idosos já estão em fase avançada da doença.
No Reino Unido, ainda em 2010, 62% dos diagnósticos tardios do HIV foram feitos em maiores de 50 anos.
Isso ocorre justamente porque os profissionais de saúde não pensam nessa possibilidade ou não sabem como abordar isso com o paciente e acabam postergando o diagnóstico.