
Perguntas e Respostas sobre Vacinas
Publicado: 23/03/2021
Publicado: 23/03/2021
Perguntas e Respostas sobre Vacinas. Com tantas dúvidas e fake news relacionadas às vacinas e principalmente à vacinação contra o coronavírus, elaboramos um artigo para esclarecer as principais questões em torno deste tema. Acompanhe.
Uma vacina precisa ter elementos capazes de estimular o sistema imune a criar anticorpos específicos contra o micro-organismo (vírus, bactérias, ou mesmo micobactérias) a partir dos quais a vacina é feita.
Estes elementos podem ser biológicos ou sintéticos:
O sistema imune fica constantemente verificando se cada célula ou componente biológico que ele encontra é algo que ele reconhece como próprio do corpo ou não. Se ele reconhece como próprio, ele não faz nada.
Se reconhece como diferente, o linfócito T pega um pedacinho daquilo que é diferente (o famoso antígeno, o que pode ser um pedaço da superfície da bactéria, um pedaço do superfície do vírus, uma toxina ou até mesmo alguns pedaços de proteínas que fazem parte do agente infeccioso) e o apresenta para as outras células do sistema imune.
Com isso, o linfócito B aprende a produzir um anticorpo específico contra aquele antígeno e torna-se especializado no anticorpo contra o antígeno x (aquele que foi apresentado especificamente para ele).
Inicia-se então uma intensa produção de anticorpos que irão preencher o sangue do corpo. Nesse momento, se fizermos uma busca dos anticorpos no sangue através dos exames sorológicos, iremos encontrar uma grande quantidade dele.
Assim que o agente agressor entrar em contato com o organismo vacinado, ele será imediatamente atacado e neutralizado pelos anticorpos. Dessa forma, a pessoa não fica doente, pois o micro-organismo é rapidamente eliminado assim que entra em contato com nosso sistema imune.
A vacina funciona como um “ensaio” do sistema imune que ficará “preparado” caso ou quando chegue o momento de enfrentar o micro-organismo real (o chamado selvagem).
Vacinas são muito seguras. No entanto, alguns tipos em especial possuem algumas particularidades.
As vacinas de maior risco são as de vírus vivo atenuado, como a da febre amarela. Gestante e pessoas com imunidade baixa não devem tomar estes tipos de vacina.
Taxa de eficácia significa o tanto que uma vacina que está sendo estudada conseguiu reduzir os casos confirmados em relação a quem recebeu placebo (aquelas pessoas que não receberam a vacina).
Por exemplo: Entre as pessoas que receberam placebo, 10 pessoas acabaram sendo infectadas pelo vírus (não necessariamente desenvolveram a doença, mas tiveram o vírus detectado no corpo). Já no grupo de vacinados, 4 foram infectados pelo vírus. Então ela tem uma eficácia de 60%.
Efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer são sintomas no local de aplicação, como dor ou calor local. Isso está mais relacionado com a técnica e lugar a ser aplicado, que com a vacina em si.
Outros leves sintomas inespecíficos podem ocorrer Estes incluem:
Estes sintomas podem ocorrer poucos dias após a vacinação e não se trata de efeito adverso à vacina e sim sinais do sistema imune respondendo a ela e criando anticorpos. Estes sintomas são sempre leves e autolimitados (passam sozinhos).
A única situação em que se pode ficar doente pelo vírus vacinal é a vacinação de vacinas por vírus vivo atenuado em pessoas com imunidade baixa.
Em outros tipos de vacina como as de vírus morto, pedaço de vírus ou mesmo proteínas sintéticas, a vacina não possui tal capacidade, mesmo se aplicada em pessoas com imunidade baixa.
Casos de contraindicação absoluta a uma determinada vacina são muito raros e em geral estão relacionados a alergias graves (tipo anafilaxia, que é a pessoa ter a “garganta” inchada de forma brusca e deixar de respirar) a algum componente vacinal.
A grande maioria das situações de contraindicação são relativas e mesmo transitórias (por exemplo, pessoas com febre não devem tomar nenhuma vacina, mas após passar a febre, podem tomar).
No caso das vacinas contra o coronavírus, temos fundamentalmente grupos nos quais a vacina ainda não foi adequadamente estudadas e portanto, ainda não possuem segurança cientificamente comprovada, como é o caso das gestantes e crianças.
No Brasil, existe o calendário nacional de vacinação que garante a disponibilidade das vacinas que previnem doenças de maior letalidade em crianças e adultos em situações especiais.
É importante considerar que existe a recomendação. E o SUS garante este direito. Mas as pessoas não são obrigadas a se vacinar.
Alguns locais podem exigir determinadas vacinas das pessoas que irão entrar, como forma de prevenir que pessoas de fora cheguem trazendo doenças que não existem naqueles locais, como é o caso da vacina da Febre Amarela.
O recebimento da vacina é a forma mais eficaz de se combater uma epidemia, além de ser o caminho mais rápido e com menos mortes para se chegar à tão falada imunidade de rebanho.
Ao nos vacinar, protegemos não apenas a nós. Nós funcionamos como uma barreira que evita que o vírus chegue em pessoas que ou não puderam ser vacinas ou não possuem uma resposta tão boa à vacina.
Além disso, quanto mais pessoas vacinadas, mais dificuldade o vírus tem de se propagar e consequentemente, dificulta o aparecimento de novas cepas.
Mesmo quem já teve Covid-19, deve tomar a vacina.
Já aqueles que estão doentes agora, o ideal é se recuperar da doença e depois do período de convalescença, tomar a vacina. O tempo que o organismo leva para se recuperar varia de pessoa para pessoa. O ideal é conversar com o médico que estiver acompanhando para identificar o melhor momento.
O tempo que dura a imunização de uma vacina depende do tipo de vacina e contra qual microrganismo ela é feita.
Da mesma forma que algumas infecções só pegamos uma vez, como o sarampo, enquanto outras pegamos várias vezes como gripe. Da mesma forma algumas vacinas devem ser tomadas a cada x tempo, outras uma vez só e outras ainda, necessitam de uma dose de reforço apenas.
Ainda não sabemos se a vacina contra a Covid-19 vai gerar uma criação de anticorpos que dure toda a vida ou mesmo se precisaremos de revacinar à medida que novas cepas começarem a circular. Apenas o tempo nos dirá.