
Tratamento injetável para HIV: conquistas e desafios
Publicado: 31/08/2017
Publicado: 31/08/2017
O Cabotegravir é um antirretroviral do tipo inibidor da integrase, que vem sendo estudado para o tratamento do HIV.
O Cabotegravir ainda está em fase de estudos.
O maior avanço dessa medicação é a apresentação não apenas em forma oral (comprimidos), mas em forma de injeção a ser aplicada pela via intramuscular.
Vale lembrar que, apesar de não necessitar de booster como o ritonavir, ainda assim ele precisa ser usado em conjunto com outros antirretrovirais, como abacavir/lamiduvina, tenofovir/entricitabina ou rilpivirina.
Os inibidores da integrase bloqueiam uma enzima produzida pelo vírus HIV chamada Integrase.
Essa enzima atua na multiplicação do vírus HIV, ao bloqueá-la, prejudica a multiplicação do vírus, reduzindo a quantidade de HIV no corpo.
95% das pessoas que receberam do cabotegravir apresentaram alguma reação à droga, que variaram de extremamente leves para moderados e que foram diminuindo com o maior tempo de uso:
Antes de uma medicação poder ser usada, existe uma serie de etapas que devem ser seguidas
Estas etapas existem para garantir a segurança e eficácia da medicação.
Uma medicação em fase de estudos clínicos já passou por varias outras etapas dos estudos científicos, mas ainda não estão aptas a serem usadas na população em geral.
Atualmente, ele se encontra em fase II de estudo para o tratamento (fase de testes em um pequeno número de pessoas, de 100 a 300, para determinar segurança e efetividade da droga).
A última fase de estudo é a fase III, onde o estudo é realizado em grupo maior de pessoas (de 1000 a 3.000).
Feito no Canadá
O objetivo desse estudo é achar uma dose oral eficaz e segura . Usada junto com a Rilpivirina (outra medicação do HIV)
Os participantes não fazem uso de nenhuma medicação para o HIV antes do teste (apenas pacientes virgens de tratamento)
Os participantes precisam ter uma carga viral de pelo menos 1.000 copias/ml e numero de CD4 de pelo menos 200 no inicio do estudo.
Feito no Estados Unidos, Canadá, França Alemanha e Espanha.
Apenas participantes virgens de tratamento, com carga viral maior de 1.000 cópias e CD4 maior que 200 no inicio do estudo.
Objetivo: verificar eficácia e segurança e 2 medicações de uso injetável: Cabotegravir e Rilpivirina
Feito dos Estados Unidos
Este estudo mediu a duração dos efeitos de supressão viral e segurança em homens.
o grupo do estudo recebeu 4 semanas de cabotegravir oral diário para avaliar efeitos adversos ao medicamento, enquanto o grupo controle recebeu placebo (medicação falsa).
Em seguida, o grupo do estudo recebeu injeções de Cabotegravir 800mg a cada 12 semana e o outro injeção de solução salina, mesmo intervalo.
Os resultados desse estudo mostraram que 1 injeção a cada 12 semanas foram insuficientes para alcançar níveis terapêuticos no sangue.
Todos os participantes do estudo receberam 4 semanas de cabotegravir oral para avaliar efeitos adversos ao medicamento.
Depois disso, eles foram divididos em 2 grupos:
Um recebeu injeções de Cabotegravir 600mg a cada 8 semana e o outro injeção de solução salina, mesmo intervalo.
17% dos participantes experimentaram o chamado efeito de cauda longa.
Foi visto níveis detectáveis do remédio no sangue mesmo 52 semanas após a interrupção das injeções.
Pelo menos 75% dos participantes receberam todas as injeções programadas no desenho do estudo.
91% das pessoas que receberam o medicamento apresentaram efeitos colaterais.
O efeito do cabotegravir também foi estudado para a prevenção do HIV em pacientes soronegativos em risco.
O efeito da droga parece ter durado em média 18 dias após a primeira injeção, aumentando para 40 dias de duração após a 3ª dose.
Contudo, os resultados do uso do cabotegravir injetável para PrEP foram menos consistentes que para tratamento.
Estudos prévios já haviam mostrado sua eficácia e segurança em homens.
Agora temos dados de sua eficácia e segurança também em mulheres.
Mulheres absorvem a droga 50% mais lento que homens. Isso pode levar a um efeito de cauda longa maior em mulheres.
Fontes:
Bom dia Dra Keilla! Existe ganho de massa muscular em portadores do vírus HIV?
Sim. veja mais detalhes neste post: https://www.drakeillafreitas.com.br/atividade-fisica-em-portadores-de-hiv/
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