
Vacinação fracionada contra a Febre Amarela
Publicado: 17/01/2018
Publicado: 17/01/2018
A Febre Amarela é uma doença transmissível por picada de mosquito que pode causar quadros graves e até a morte.
Apesar de não ter casos da doença em áreas urbanas desde 1942 (1), os casos novos estão aumentando em várias cidades do Brasil, especialmente em São Paulo.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou na manhã do dia 16 de Janeiro de 2018 a campanha de Vacinação fracionada contra a Febre Amarela.
A campanha que teria inicio em 3 de fevereiro e abrangeria 53 municípios será adiantada e ampliada.
Agora, o início da campanha será em 29 de Janeiro e será realizada em 54 municípios.
Veja as unidades de vacinação para Febre Amarela em São Paulo.
Nas demais áreas do Estado de São Paulo com indicação permanente de vacinação, a vacina seguirá sendo aplicada com a dose total.
Fonte: G1 de 16/01/18
A Vacina contra a Febre Amarela é uma vacina de grande eficácia.
Existem vários tipos de vacinas (2).
A vacina da Febre Amarela é vírus vivo atenuado (vírus vivo enfraquecido), possui maior risco de efeitos colaterais se comparada a outras vacinas feitas de vírus morto ou pedaço do vírus, como a vacina da gripe.
Por isso, a vacina da Febre Amarela não deve ser dada a todas as pessoas.
Especialmente em situações de surto eminente como o que estamos passando, os riscos e benefícios da vacinação (riscos de possíveis efeitos colaterais da vacina naquela pessoa contra possibilidade de se infectar) devem ser pesados caso a caso entre o paciente em risco e o médico infectologista que o acompanha.
Dose fracionada ou vacinação fracionada contra a Febre Amarela é a mesma vacina já usada usada e conhecida.
O que muda é que a dose utilizada (a quantidade de vacina usada na aplicação) é menor que a habitual, usual ou padrão.
Ou seja, com a mesma quantidade de vacina que, na dose padrão, se vacinava uma única pessoa, com a dose fracionada pode-se vacinar 5.
É claro que por ter uma quantidade menor é esperado que esta dose fracionada seja melhor tolerada e tenha um menor risco de efeitos adversos.
Mas, o objetivo do uso da dose fracionada é ampliar o número de pessoas vacinadas em geral e não o de vacinar pessoas que possuem contra indicação à dose habitual ou inteira.
As contra indicações e riscos da vacina fracionada são as mesmas da dose padrão.
A Organização Mundial da Saúde – OMS determinou o fracionamento como opção quando há risco de a doença se expandir em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente.
Estudo realizado até o momento pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Biomanguinhos/Fiocruz) com 315 pessoas mostrou que a dose fracionada tem a mesma eficácia da dose inteira, mas com uma duração menor.
Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período.
O Biomanguinhos/Fiocruz é a única instituição autorizada a fabricar e distribuir doses fracionadas.
As carteiras de vacinação terão um selo especial para informar que a dose aplicada foi a fracionada.
Anteriormente, eram recomendadas, mundialmente, 2 doses.
Sendo a segunda dose de reforço após 10 anos da primeira e não era necessário mas nenhuma dose adicional.
A Organização Mundial da Saúde – OMS recomendou a dose única (da dose inteira) como padrão de imunização para todo o País.
A dose fracionada mantém níveis protetores de anticorpos no organismo por 8 anos.
A vacina da febre amarela com dose inteira deve ser tomada apenas uma vez na vida.
Já a vacina com dose fracionada deve-se realizar a segunda aplicação após 8 anos da primeira.
Os demais casos, deverão ser sempre avaliados e liberados previamente pelo médico que acompanha o caso:
Apenas gestantes não previamente vacinadas, que moram ou visitam áreas de risco deverão receber a vacina e esta será a dose inteira.
Gestantes que não moram em áreas de risco, não receberão nenhuma vacina da Febre Amarela (nem a fracionada, nem a inteira) – medir o risco benefício de cada caso.
Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico infectologista.
Para as pessoas que não podem tomar a vacina da Febre Amarela, e mesmo para aquelas que tomaram, é fundamental o uso e repelentes em áreas de risco
Referências: