
Vírus Sincicial Respiratório Também Afeta Adultos
Publicado: 30/04/2024
Publicado: 30/04/2024
Conhecido principalmente por afetar crianças pequenas e bebês, o Vírus Sincicial Respiratório é altamente contagioso e pode ser transmitido através do contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas ou através de gotículas respiratórias liberadas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou mesmo fala.
Trata-se de um vírus tão comum que infecta quase todas as crianças antes dos 2 anos de idade. É culpado de 28% das pneumonias em crianças abaixo dos 5 anos de idade
Apesar disso, muitas pessoas ainda se perguntam se esse vírus pode afetar adultos. Para esclarecer esta e outras dúvidas sobre o Vírus Sincicial Respiratório continue a leitura deste artigo.
Também chamado de VSR, o Vírus Sincicial Respiratório pertence à família Paramyxoviridae e ao gênero Pneumovirus, sendo uma das principais causas de infecções respiratórias em crianças menores de 2 anos.
Sua transmissão se dá por meio do contato direto com secreções respiratórias saídas de uma pessoa infectada. Essa disseminação viral pode acontecer durante um espirro, uma tosse ou até mesmo uma fala onde gotículas de saliva possam saltar para fora da boca.
O vírus pode sobreviver 6 horas ou mais em superfícies duras e 20 minutos na pele
A infecção natural não proporciona imunidade duradoura contra a infecção pelo VSR; portanto, as reinfecções são comuns ao longo da vida
Os sintomas da infecção por VSR podem variar desde uma simples infecção respiratória superior, como resfriado comum com espirros, coriza, olhos vermelhos, mal estar leve, até infecções mais graves, como o desenvolvimento de bronquiolite ou quadros de pneumonia com tosse com secreção, chiado no peito, dor no peito ao respirar ou tossir e falta de ar. A Febre pode estar presente em qualquer apresentação e não necessariamente indica gravidade, porém é menos comum nos quadros de acometimento de vias aéreas superiores
Em bebês, os sintomas podem ser mais graves, com irritabilidade extrema e incluir dificuldade para se alimentar e respiração rápida.
Embora a maioria das infecções por VSR em crianças seja leve e autolimitada, em alguns casos, especialmente em bebês prematuros ou com condições médicas subjacentes, a infecção pode ser grave inclusive com necessidade de internação hospitalar.
Não existe tratamento específico para infecções por VSR, por este motivo o tratamento geralmente é direcionado para o alívio dos sintomas, suporte clínico evitando as complicações e tratando-as precocemente se aparecerem e pode incluir táticas como hidratação adequada, controle da febre e suporte respiratório, quando necessário.
Embora seja mais comum em crianças, especialmente aquelas com menos de 2 anos de idade, o Vírus Sincicial Respiratório também afeta adultos. Em adultos jovens sem comorbidades, uma infecção por este vírus geralmente causa sintomas leves semelhantes aos de um resfriado comum, como leve mal estar e astenia (cansaço), coriza, congestão nasal, tosse leve, geralmente seca e mais raramente, febre baixa. São auto-limitadas, ou seja, se resolvem sozinhas e geralmente duram de 2 a 7 dias com uma média de 3 a 5 dias.
Já quando afeta adultos acima de 65 anos, especialmente aqueles com diagnóstico prévio doença pulmonar obstrutiva crônica, asma ou insuficiência cardíaca congestiva. ou mesmo adultos de qualquer idade com comorbidades, especialmente as que conferem enfraquecimento importante da imunidade como transplantes de órgãos, o VSR pode causar sintomas mais graves como dificuldade para respirar, falta de ar e chiado no peito e até mesmo levar a complicações sérias como síndrome respiratória aguda grave – SRAG com insuficiência respiratória de evolução rápida
A suspeita diagnóstica é realizada em consultório médico com ajuda de uma avaliação clínica, levando em consideração os sintomas apresentados, a história médica do paciente e quaisquer fatores de risco associados.
Muitas vezes o quadro é tratado empiricamente, sem a confirmação do diagnóstico. Quando a suspeita de complicações como pneumonia ou sinusite, exames de imagem como tomografias devem ser realizados.
Exames de sangue também ajudam a avaliar a gravidade da doença além do próprio exame clínico que possam eventualmente justificar uma internação hospitalar, ou mesmo o início empírico de antibióticos.
Apesar de antibióticos obviamente não surtir nenhum efeito sobre infecções virais. muitas vezes uma infecção iniciada como vírus como pode acabar evoluindo para uma infecção bacteriana isso ocorre porque a infecção viral inflama o órgão, aumenta a produção de muco e abaixa a imunidade do doente, facilitando a multiplicação de bactérias.
Se a confirmação do agente etiológico for necessária ( agente causador da infecção), isso pode ser obtido através dos chamados Testes de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) que identificam o material genético do vírus e geralmente são feitos a partir de secreção respiratória como secreção nasal em painéis que identificam materiais genéticos de várias infecções respiratórias virais no mesmo exame. Eventualmente exames de cultura viral podem ser solicitados.
Para bebês de alto risco para complicações como os prematuros, bebês com doença pulmonar crônica da prematuridade e/ou cardiopatia congênita, recomenda-se a administração de um soro (anticorpos monoclonais específicos contra o VSR) chamado Palivizumabe usado para evitar a evolução para formas graves . Deve ser aplicado mensalmente durante o período de maior circulação do vírus. A primeira dose deve ser aplicada um mês antes do início do período e pode ser aplicado até 5 doses.
Em 2023 a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, liberou uma vacina contra o Vírus sincicial respiratório específica para pessoas acima de 60 anos de idade, que deve estar disponível no mercado brasileiro em breve. A Arexvy® é uma vacina proteína recombinante (não viva), isto é, constituída por uma proteína semelhante à encontrada na superfície do vírus, fabricada em laboratório, que induz à formação de anticorpos
Se você deseja saber mais sobre esse vírus não deixe de buscar ajuda de um infectologista de sua confiança.